A cirurgia bariátrica vai muito além da aceitação estética.
O procedimento tem por objetivo, além da perda de peso, proporcionar melhor
qualidade de vida aos pacientes ao reduzir a mortalidade e a morbidade, aparecimento
e agravamento de doenças associadas a obesidade.
O obeso está mais propenso a desenvolver uma série de problemas de saúde, como
hipertensão, doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2, entre outras
enfermidades. E mais: estudos apontam que a obesidade mórbida pode reduzir em
até 20 anos o tempo de vida de uma pessoa.
Uma pesquisa do Ministério da Saúde, publicada neste ano,
revela que 53% da população brasileira está com excesso de peso e 45,8% pratica
atividade física de forma insuficiente, o que é mais um sinal de alerta. Porém,
é importante frisar que nem todo mundo que está acima do peso pode fazer
cirurgia bariátrica.
A cirurgia bariátrica é um procedimento considerado de alta
complexidade e é regulamentado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar
(ANS). A indicação da bariátrica é feita somente para obesos crônicos, que já
apostaram em diversos tratamentos, inclusive clínicos com reeducação alimentar,
atividade física e uso de remédios, mas sem sucesso. Além disso, o índice de
massa corporal (IMC) deve estar acima de 40kg/m².
A exceção é para pacientes com problemas de saúde, o que
inclui dores articulares, hipertensão, distúrbios do sono ou doença
cardiovascular. Nesses casos, pode ser autorizado para pacientes com IMC
superior a 35 kg/M².
Porém, ainda, de acordo com a lei, o paciente deve passar
por quatro avaliações, inclusive com a equipe multidisciplinar, que irá
identificar o quadro clínico e se a obesidade mórbida ocorre, no mínimo, há
cinco anos. (Ver artigo sobre a Importância do Acompanhamento Multidisciplinar)
Após essa série de cuidados, o paciente, que seguir as
orientações, além da perda de peso, apresenta uma melhora significativa na
autoestima, ganho de qualidade de vida, uma vez que algumas doenças são curadas
ou melhor controladas, além de maior mobilidade.