Quando falamos em saúde mental e imunológica, dificilmente pensamos no intestino como protagonista. No entanto, a ciência tem revelado cada vez mais que o intestino exerce um papel fundamental tanto na regulação do humor quanto no fortalecimento do sistema imunológico. Essa conexão, conhecida como eixo intestino-cérebro, envolve uma complexa rede de comunicação entre o trato gastrointestinal, o sistema nervoso central e o sistema imunológico. O intestino abriga cerca de 100 trilhões de microrganismos, que formam o que chamamos de microbiota intestinal. Esse ecossistema impacta diretamente diversas funções do organismo, inclusive a produção de neurotransmissores. Um dos mais conhecidos é a serotonina, substância ligada ao bem-estar e ao equilíbrio emocional -e surpreendentemente, cerca de 90% da serotonina do corpo é produzida no intestino. Quando há um desequilíbrio na microbiota intestinal, situação chamada de disbiose, o organismo pode apresentar uma série de sintomas como ansiedade, irritabilidade, baixa imunidade e distúrbios digestivos. Isso acontece porque microrganismos benéficos deixam de atuar de forma eficaz, abrindo espaço para bactérias prejudiciais que estimulam processos inflamatórios, impactando diretamente a saúde mental e o sistema imune. Além disso, o intestino atua como uma barreira física e imunológica. Ele impede a entrada de agentes patógenos e participa ativamente da modulação da resposta imune. Um intestino saudável fortalece as defesas do corpo, ajudando a prevenir infecções, alergias e até doenças autoimunes. Manter uma alimentação equilibrada, rica em fibras, probióticos e prebióticos, é essencial para cuidar da microbiota intestinal. Assim como evitar o uso excessivo de antibióticos e o estresse crônico, que podem comprometer essa importante relação entre o intestino, o cérebro e o sistema imunológico. Cuidar do intestino é cuidar do corpo como um todo, da imunidade à saúde mental. E essa conexão merece atenção.