Formado em Medicina pela Faculdade de Medicina de Campos
(2000), Nicolas Lamas optou pela residência médica em Cirurgia Geral e do
Trauma na Fundação Hospitalar de Minas Gerais (2004). A decisão de seguir nesta
área da medicina tem a ver com o seu senso de praticidade e solução de
problemas (neste caso, do corpo). “Num ato somente você conseguir resolver um problema
que aflige uma pessoa, causando dor ou até a incapacitando, é gratificante”,
revela.
Desde o início da formação médica, Nicolas Lamas tem como norte
para a carreira o aperfeiçoamento constante. No currículo, além da participação
em simpósios, tem curso de especialização em Cirurgia Minimamente Invasiva pelo
Instituto Jaques Perissat (2008), de Bariátrica Minimamente Invasiva pelo
Johnson&Johnson Medical Innovation Institute (2013) e de Imersão Clínica em
Cirurgia Bariátrica e Metabólica (2015), Fellow do Departamento de Cirurgia
Digestiva e Transplante de Fígado do Hôpital Saint Eloi em Montpellier, na
França (2017).
Já como profissional foi o responsável pela implantação do
Samu de Apucarana no ano de 2004, também foi o coordenador da Urgência e
Emergência de Apucarana, de 2004 a 2007, é membro do corpo clínico do Hospital
da Providência desde 2004, é chefe do Departamento de Cirurgia Geral desde 2008
e coordenador da Residência Médica em Cirurgia Geral desde 2014.
A pauta de hoje aborda justamente a experiência e
responsabilidade de formar novos profissionais. Confira a entrevista!
Desde 2008, o senhor
é o chefe do Departamento de Cirurgia Geral e, desde 2014, coordenador da
Residência Médica em Cirurgia Geral, como é estar à frente desses departamentos?
Cirurgião geral
Nicolas Lamas - Estar à frente do Departamento de Cirurgia Geral do
Hospital da Providência é um desafio diário, pois o hospital é referência em
atendimento em todo o Vale do Ivaí e recebe diariamente pacientes com
patologias cirúrgicas complexas de toda a região. A chefia do departamento
exige uma vigilância constante, pois atuando em conjunto com todos os outros
cirurgiões do corpo clínico, busca a cada dia o melhor atendimento para cada
caso. Nós nos reunimos e discutimos os casos em conjunto, sempre pensando no melhor
para os pacientes atendidos no hospital. A residência médica veio agregar e
aprimorar nossos conhecimentos, pois recebemos médicos recém-formados em busca
de especialização em cirurgia geral e ávidos por novos conhecimentos, sendo
necessário o estudo e atualização constante, sempre com o propósito de passar
para os nossos residentes novos conhecimentos.
Quais são os maiores
desafios de formar novos cirurgiões?
Cirurgia Geral
Nicolas Lamas - Acredito que a parte mais fácil na formação dos novos cirurgiões
é ensinar as técnicas cirúrgicas. Trata-se de atividade de repetição que com o
tempo passa a ser automática, claro que alguns casos reservam novas
experiências que exigem destreza e decisão rápidas que vão sendo adquiridas aos
poucos. Já o que considero ser mais difícil é ensinar a parte humana da
medicina, mostrando que não se trata somente de uma doença que deve ser
operada, mais sim um ser humano que apresenta alguma alteração no seu corpo e
necessita do nosso auxílio para ser resolvido e que a nossa maneira de
recebê-lo, ouvi-lo e tratá-lo faz toda a diferença. O desenvolvimento de novas
tecnologias também exige muito na formação, pois a cada dia surgem novos equipamentos
que nos auxiliam e melhoram o resultado cirúrgico, sendo necessário a aquisição
destes novos equipamentos e maior tempo para treinamento dos novos cirurgiões.
O que o senhor tenta
passar para cada um como coordenador?
Cirurgia geral
Nicolas Lamas - Ser coordenador exige estar sempre atualizado e disponível
para os questionamentos, sendo na maioria das vezes o responsável pela palavra
final. Além disto, também tento passar a responsabilidade da liderança e a
importância do bom ambiente de trabalho para que possamos desenvolver nossas
atividades da melhor maneira possível.
E o que te motivou a ser cirurgião geral e também ensinar/formar novos
cirurgiões?
Cirurgião geral
Nicolas Lamas - Na faculdade sempre há a dúvida na escolha pela área
clínica ou cirúrgica, porém nos últimos anos da faculdade começamos a definir
melhor o que queremos. Eu me lembro que comecei acompanhando um cirurgião que
era meu vizinho de apartamento, foi quando comecei a despertar o interesse pela
área cirúrgica. O que me motivava e motiva é a capacidade de num ato somente
você conseguir resolver um problema que aflige uma pessoa, causando dor ou até
a incapacitando, é gratificante. Já o ensino/formação de novos cirurgiões era
um desejo antigo, sempre quis passar para frente o conhecimento que aprendi com
os meus mestres cirurgiões na época da residência médica, felizmente este
desejo se concretizou com a abertura da residência médica no Hospital da Providência.
É uma experiência incrível, pois eles nos estimulam a sempre buscar novos conhecimentos
para ensiná-los.